• Livio Sansone, “A Bahian Counterpoint of Sugar and Oil: Global Commodities, Global Identities?”

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    SANSONE, Livio. A Bahian Counterpoint of Sugar and Oil
    Global Commodities, Global Identities? in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 9, n. 2. July to December 2012. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/v9n2/livio-sansone-a-bahian-counterpoint-of-sugar-and-oil-global-commodities-global-identities/

    Abstract

    This paper explores the effects of sugar and oil on identity formation or, more specifically, on the making of blackness and whiteness in the region surrounding Salvador, Bahia, where both commodities have had great impact, sugar from 1550 and oil from 1950, when drilling for oil began and a very large oil refinery was built. After comparing life under the economy of these two different commodities I connect them to the issue of a transnational black identity created across the Atlantic, drawing from a common past of slavery and a more recent past and present where racial hierarchies still penalize populations defined as black. This part of Bahia is emblematic for other regions of Brazil and other countries in which oil exploitation comes to substitute other mono-cultures (such as sugarcane, cocoa or small-scale fishing) while creating, often quite suddenly, a wholly different local economy, with new global connections, higher salaries, new conspicuous spending patterns, new values associated with certain forms of manual labour and technical skills, and an altogether new form of defining the nature of a “good job”.
    Keywords: oil, blackness, identity formation, Bahia, globalization, black Atlantic

    Resumo

    Este artigo explora os efeitos do açúcar e do petróleo sobre a formação de identidades, ou, mais especificamente, sobre a produção da negritude e da branquidade. O estudo centra-se na região do entorno de Salvador, Bahia, onde ambas as mercadorias exerceram e ainda exercem um grande impacto, o açúcar desde 1550 e o petróleo desde 1950. A perfuração de poços de petróleo desde o início da década de 1950 e, mais tarde, a construção de uma enorme refinaria tiveram lugar em uma região até então dominada pela monocultura da cana e por engenhos ou usinas de açúcar. Após comparar a vida cotidiana sob a égide dessas duas diferentes mercadorias, estabeleço uma relação com a questão de uma identidade negra transnacional criada no Atlântico, baseada em um passado comum de escravidão e em um passado mais recente, estendendo-se aos dias atuais, em que hierarquias raciais ainda penalizam populações definidas como negras. Finalmente, tento equacionar tanto a hegemonia cultural que acompanha a economia de uma mercadoria global quanto um conjunto de singularidades que caracterizam esta região do estado da Bahia. Essa parte da Bahia é emblemática para outras regiões do Brasil e outros países em que a exploração do petróleo chega para substituir outras monoculturas (tais como a cana-de-açúcar), ao mesmo tempo em que cria, amiúde muito rapidamente, uma economia local completamente diferente, com novas conexões globais, salários mais altos, novos padrões de consumo conspícuo, novos valores associados a certas formas de trabalho manual e habilidades técnicas, e uma forma totalmente nova de avaliar o que é um bom emprego.
    Palavras chave: petróleo, negritude, formação de identidades, Bahia, globalização, Atlântico negro