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ECKERT, Cornelia. L’agonie de la civilisation des gueules noires: Ethnographie dans une ville minière (La Grand-Combe, France). in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 3, n. 2. July to December 2006. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/v3n2/cornelia-eckert-lagonie-de-la-civilisation-des-gueules-noires/

Abstract

Based on an ethnographic study of La Grand-Combe (Gard-France), we consider the singularity of the work experience of a mining population and the influence of this experience on group identity. The “mining world” is perceived as both a distinguishing and structuring element of identity as evidenced in the elaboration of family projects. After experiencing a long period of mono-industrialization and mining-city urbanization, La Grand-Combe is now suffering from the closure of the mines and the impact of industrial recession. This process is experienced by the community as the termination of their daily living activities that revolved around work in the mines. We describe the lifestyle of the families who have stayed on in the face of the dramatic social change brought on by de-industrialization. We detail the way in which elements of group identity have been re-elaborated in the process of building a meaningful symbolic universe, the way social interactions have been rethought in the absence of traditional references, and how daily life has been reorganized along the lines of next determinants.

Keywords: ethnographic study, mining-city, work culture, collective memory, sociability

Resumo

Estudo etnográfico de um grupo de trabalhadores que habitam aLa Grand-Combe (Gard, França). Nosso objetivo foi compreender o processo de construção de identidade social face a sua experiência de trabalho, entendida como singular. O “mundo da mina” é percebido como uma referencia ao mesmo tempo diferencial e estrutural da identidade na construção de projetos de vida das famílias de mineiros. La Grand-Combe, depois de viver um longo período regido por um sistema de mono-industrialisação e de urbanização de tipo cidade-mineira, sofre atualmente, após o fechamento dos poços, o impacto da recessão industrial. Esse processo é vivido pela comunidade de trabalho como a descontinuidade de um cotidiano ritmado pelo trabalho na mina. Face a essas mudanças sociais que inscrevem a cidade em um processo de des-industrializacao, descrevemos como vivem os mineiros e suas famílias que permaneceram na cidade. Analisamos como são re-atualizadas as referencias identitárias do grupo no processo de atribuição de um sentido ao universo social, como é re-elaborada a interação cotidiana depois do desaparecimento desse ponto de referencia tradicional e como é repensada a ordem cotidiana a partir dos novos fatores determinantes da crise.

Résumé

Étude ethnographique d’un groupe ouvrier habitant La Grand-Combe (Gard, France). Notre but est comprendre un processus de construction d’identité sociale face à son expérience de travail comprise comme singulière. Le “monde de la mine” est perçu comme une référence à la fois différentielle et structurelle de l’identité dans la construction de projets de vie des familles de mineurs. La Grand-Combe, après avoir vécu une longue période régie par un système de mono-industrialisation et d’urbanisation du type ville minière, subit actuellement, après la fermeture des puits, l’impact de la récession industrielle. Ce processus est vécu par la communauté de travail comme la discontinuité d’un quotidien rythmé par le travail à la mine. Face à ces changements sociaux qui inscrivent la ville dans un processus de dés-industrialisation, nous décrivons comment vivent les mineurs et leurs familles qui sont restés dans la ville. Nous élucidons comment sont réactualisées les références identitaires du groupe dans ce processus d’attribution d’un sens à l’univers social, comment est ré-élaborée l’interaction quotidienne après la disparition de ce point de repère traditionnel et comment est repensé l’ordre quotidien à partir de ces nouveaux facteurs déterminants de crise.