• Roberta Sampaio Guimarães, “Urban Interventions, Memories and Conflicts”

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    GUIMARÃES, Roberta Sampaio. “Urban Interventions, Memories and Conflicts Black heritage and the revitalization of Rio de Janeiro’s Port Zone”. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 10, n. 1. January to June 2013. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/v10n1/roberta-sampaio-guimaraes-urban-interventions-memories-and-conflicts/

    Abstract

    This paper discusses the creation of an arena for political and moral recognition stirred by the “revitalization” of Rio de Janeiro’s Port Zone: the landmarking of Pedra do Sal as a “historic and religious Afro-Brazilian monument” by residents who claimed legal ownership of several properties in the area, affirming that it is an “ethnic territory” and the site is “a remnant quilombo community.” The Quilombo of Pedra do Sal became one of the most controversial battles for ethnic recognition in Brazil, because it explored possibilities for broadening the constitutional concept of a quilombo. These possibilities would include, the plea for recognition of an ethnic territory in an urban context; the construction of a history of territorial occupation based on mythological narrative; and a territorial demarcation based on a cultural heritage conceived as the remnant symbol of a generic “black city” and, therefore, without presumed heirs.

    Keywords: cultural heritage; Afro-Brazilian memory; urban interventions; Pedra do Sal; Little Africa; Port Zone of Rio de Janeiro.

    Resumo

    Este artigo aborda a formação de uma arena de reconhecimento político e moral movimentada durante a “revitalização” da Zona Portuária do Rio de Janeiro: o uso do tombamento da Pedra do Sal como “monumento histórico e religioso afro-brasileiro” por moradores que, reivindicando ser esse patrimônio o marco simbólico de uma “comunidade de remanescentes de quilombo”, pleitearam juridicamente a titulação de diversos imóveis da região como “território étnico”. No entanto, o Quilombo da Pedra do Sal se tornou um dos processos de reconhecimento étnico mais polêmicos da sociedade brasileira por explorar as possibilidades de flexibilização do conceito constitucional de “quilombo”. Entre essas possibilidades, a de pleito de um território étnico em contexto urbano; a de construção de uma trajetória de ocupação do território baseada em narrativa mítica; e a de delimitação desse território a partir de um patrimônio cultural concebido como símbolo do passado de uma “cidade negra” genérica e, portanto, sem herdeiros presumidos.

    Palavras-chave: patrimônio cultural; memória afro-brasileira; projetos urbanísticos; Pedra do Sal; Pequena África; Zona Portuária do Rio de Janeiro.