Gláucia Oliveira da Silva, Is natural selection a chimera? Reflections on the ‘survival’ of a principle
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Gláucia Oliveira da Silva, Is natural selection a chimera? Reflections on the ‘survival’ of a principle. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 14, n.3. September to December 2017. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/glaucia-oliveira-da-silva-is-natural-selection-a-chimera-reflections-on-the-survival-of-a-principle/
Abstract
My objective is to discuss the persistence of the notion of natural selection in the biological sciences, exploring the fact that: (1) this notion, just like the term culture in anthropology, is historically an inaugural concept in its particular scientific field, and, insofar as both possess a value of heuristic delimitation, both thus came to be considered as explanatory concepts, although today they may be more widely accepted as descriptive in kind; (2) this persistence seems to be equally linked to the fact that the term combines randomness and teleology, but without foregrounding the inherent contradiction; (3) the anthropomorphic metaphors generally used in the description of biological processes, by attributing intentionality to beings lacking in self-determination, presume the existence of a nature defined by processes oriented towards precise ends, endorsing the finalism that, I believe, underlies the idea of natural selection; (4) and, finally, I think that ‘culture’ and ‘natural selection’ correspond to disciplinary labels – for social anthropology and biology respectively – that arose in Victorian Britain, as defined by the Great Divide, but they no longer have explanatory power.
Keywords: natural selection; biology; randomness and teleology.
Seria a seleção natural uma quimera? Reflexões sobre a “sobrevivência” de um princípio
Resumo
Meu objetivo é discutir a permanência do conceito de seleção natural nas ciências biológicas considerando que: (1) este, bem como o termo ‘cultura’, sendo conceitos historicamente inaugurais em seus respectivos campos científicos, e tendo assim valor de delimitação heurística, passam a ser considerados como conceitos explicativos, embora atualmente possam ser mais aceitos como conceitos descritivos; (2) a permanência parece estar ligada igualmente ao fato de o conceito conjugar aleatoriedade e teleologia, sem que seja ressaltada a inerente contradição; (3) considero que as metáforas antropomorfizadoras, usuais na descrição de processos biológicos, ao emprestarem intencionalidade a seres desprovidos de autodeterminação, pressupõem a existência de uma natureza de processos que se orientam para finalidades precisas, endossando o finalismo que acredito estar subjacente ao conceito de seleção natural; (4) e, finalmente, avento que ‘cultura’ e ‘seleção natural’ correspondam antes a seus epítetos disciplinares – antropologia social e biologia – surgidos na Grã-Bretanha vitoriana, conforme limites estabelecidos pelo grande divisor, do que propriamente revelem poder explanatório.
Palavras-chave: seleção natural; antropologia e biologia; acaso e teleologia; adaptacionismo e finalismo; natureza e cultura.