• Vânia Zikán Cardoso, Danger of words: risk and (mis)comprehension in consultations with the spirits of the povo da rua

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    Vânia Zikán Cardoso, Danger of words: risk and (mis)comprehension in consultations with the spirits of the povo da rua. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 14, n.1. January to April 2017. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/vania-zikan-cardoso-danger-of-words-risk-and-miscomprehension-in-consultations-with-the-spirits-of-the-povo-da-rua/

    Abstract

    Mediators between different realms, the spiritual entities known as the people of the streets can be taken as the very materialization of the principle of indeterminacy, being considered to be at once dangerous and powerful.  Such indeterminacy acts upon processes of objectification and subjectification that unfold at the very heart of ritual.  I turn my attention to the sessions of consultation, taking that encounter between clients and entities as a moment of instability, where the vulnerability of language – the danger of words – is at the center of ritual efficacy. If all human encounters involve a risk of un-understanding, such risk is certainly intensified in the session of consultations with the people of the streets, where instability is an implicit quality of the type of knowledge one seeks in such encounters, which are centered on issues of love, disaffections, betrayals and lived violences, all domains inherently unstable.

    Keywords: language; performance; ritual; Afro-Brazilian religions; povo da rua.

    Risco e (des)compreensão nas consultas com o povo da rua

    Resumo

    Mediadores entre diferentes esferas, as entidades conhecidas como povo da rua podem ser tomadas como a própria materialização do princípio de indeterminação, sendo consideradas perigosas e poderosas.  Tal indeterminação age sobre os processos de objetificação e subjetivação que acontecem no ritual.  Me volto aqui para as sessões de consulta, tomando o encontro entre entidades e seus clientes como um momento de instabilidade, onde a vulnerabilidade da linguagem – o perigo das palavras – está no cerne da própria eficácia ritual.  Se todo encontro envolve um risco de des-entendimento, tal risco é certamente intensificado nas sessões de consulta com o povo da rua, onde a instabilidade é uma qualidade implícita do tipo de conhecimento que ali se busca, o qual envolve questões de amores, desafetos, traições e da violência vivida, todos domínios inerentemente instáveis.

    Palavras-chave: linguagem; performance; ritual; religiões de matriz africana; povo da rua.