Robin M. Wright, Wolfgang Kapfhammer, Flavio Braune Wiik, “The Clash of Cosmographies”
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WRIGHT, Robin M.; KAPFHAMMER, Wolfgang; WIIK, Flavio Braune. “The Clash of Cosmographies: Indigenous Societies and Project Collaboration – Three ethnographic cases (Kaingang, Sateré-Mawé, Baniwa)”. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 9, n. 1. January to June 2012. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/v9n1/robin-m-wright-wolfgang-kapfhammer-flavio-braune-wiik-the-clash-of-cosmographies/
Abstract
Departing from three ethnographic cases the article discusses impacts and native responses to developmentalist cosmography in the presence of market-oriented projects of “sustainability” (as among the Baniwa and Sateré-Mawé) or in the absence of it (as among the Kaingang). The legitimation of anthropological discourse within construction of alterity and (des)exotization of indigenous societies and of the environment they live in is discussed as a privileged field of mediation and encounter of different actors and proposals of projects. Among the cultural pre-conditions that steer these encounters there are religious pluralism and the inherent pragmatics of indigenous conversion, which are responsible for ruptures and continuities of indigenous cosmovisions and – practices and man-nature-relations. They act upon aesthetics, social morphology, distribution of power and local economics. Although these encounters are prone to generate internal conflicts they are perceived as promoters of indigenous well-being through processes of naturalization sustained by occidental regimes of alterity that legitimate their presence.
Keywords: Indigenous People of Brazil, Man-Nature-Relations, Cosmographies, Impacts of Projects of Collaboration, Religious Pluralism, Regimes of Alterity
Resumo
A partir de três casos etnográficos, o artigo discorre sobre impactos e respostas nativas à cosmografia desenvolvimentista voltada para o mercado de projetos a guisa da “sustentabilidade” (como entre os Baniwa e Sateré-Mawé) ou em sua ausência (como entre os Kaingang). Argumenta-se sobre a legitimidade do discurso antropológico na construção da alteridade, (des)exotização indígena e meio físico em que vivem; criador de um campo favorável de mediação e encontros entre diferentes atores e propostas de projetos. Nas pré-condições culturais que viabilizam tais encontros, estão o fenômeno do pluralismo religioso e as pragmáticas inerentes à conversão indígena, responsáveis por rupturas e continuidades nas cosmovisões-e-práxis indígenas e na relação Homem-Natureza. Estes impactam sobre a estética, morfologia social, distribuição de poder e economias locais. Apesar destes encontros gerarem conflitos internos, são percebidos como promotores do bem-estar indígena através de processos de naturalização operados por regimes de alteridade ocidentais que legitimam a sua presença.
Palavras-chave: Índios no Brasil, Relação Homem-Natureza, Cosmografias, Impactos de Projetos de Cooperação, Pluralismo Religioso, Regimes de Alteridade