• Andréa Zhouri; Raquel Oliveira; Marcos Zucarelli; Max Vasconcelos, The Rio Doce Mining Disaster in Brazil: between policies of reparation and the politics of affectations

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    Full Article Reference. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 14, n.2. August 2017. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/andrea-zhouri-raquel-oliveira-marcos-zucarelli-max-vasconcelos-the-rio-doce-mining-disaster-in-brazil-between-policies-of-reparation-and-the-politics-of-affectations/

    Abstract

    This article analyses the policies of affectations in the context of the disaster which occurred in late 2015, when an iron ore tailings dam ruptured, affecting thousands of families in the Rio Doce River Valley, in the southeast of Brazil. The paper discusses the challenges faced by victims of the disaster, given that the ‘affected person’ as a social subject goes through a dramatic process of forced sociability, forged in political processes and bureaucratic demands which are alien to her/his world. As a consequence, the claims of victims are transmuted by the rationalities and techniques of corporate management, therefore disabled and re-codified by taxonomies which define forms of damage reparations, as well as modes of reconstruction of their way of life. From an anthropological perspective, we examine the struggle between the objectification imposed by the policy of affectation and the political subjectivation of actors compulsorily brought to contentious settings over the control of their own destiny.

    Keywords: Mining; disaster; conflict; affected person.

    O desastre da mineração no Rio Doce, Brasil: entre a gestão da crise e a política das afetações

    Resumo

    O artigo discute os aspectos da política das afetações e suas consequências tomando como caso etnográfico o desastre ocorrido no final de 2015, quando uma barragem de rejeitos de minério de ferro se rompeu, afetando milhares de famílias na bacia do Rio Doce, sudeste do Brasil. O propósito é examinar os desafios colocados às vítimas do desastre, visto que o  sujeito social ‘atingido’ passa por um processo dramático de sociabilidade forçada, forjada nos processos políticos e nas demandas burocráticas que lhe são alheios. Desse modo, suas reivindicações são transmutadas pelas racionalidades e técnicas do gerir corporativo, tolhidas e recodificadas pelas taxonomias que definem as formas de reparação dos danos, bem como os modos de reconstrução do seu viver. Trava-se uma luta entre a objetivação imposta pela política das afetações e a subjetivação política de atores compulsoriamente trazidos aos cenários de disputa sobre o controle de seu próprio destino.

    Palavras-chave: mineração; desastre; conflito; atingido.